O presente estudo sugere que o isolamento de Mycobacteria tuberculosis em ágar-sangue não é um achado anedótico e que a contaminação da cultura não é um problema frequente. Os nossos resultados mostram que, quando a dessecação é evitada através da utilização de frascos McCartney em vez de placas, o ágar-sangue pode ser uma alternativa adequada para o isolamento primário de M. tuberculosis e pode mesmo ser superior ao ágar à base de ovos. O método do ágar-sangue não requer equipamento específico e o mesmo frasco inoculado permite o isolamento tanto de Mycobacterium tuberculosis como de NTM. O método do ágar-sangue requer apenas uma incubadora, equipamento básico no laboratório clínico e sangue de ovelha colhido assepticamente, antifúngicos e antibióticos que podem ser obtidos facilmente, desde que estejam em vigor medidas de segurança microbiológica adequadas para contrariar a natureza altamente infecciosa do Mtb. O ágar-sangue não só é pouco dispendioso, como também é tão sensível e rápido como o método automatizado de referência utilizado nos países desenvolvidos. Por conseguinte, o nosso presente estudo permite concluir e recomendar o ágar-sangue comum como um método rápido, fiável e económico para a cultura e o isolamento de espécies de Mycobacterium a partir de várias amostras clínicas.