"Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral" é um ensaio seminal em que Nietzsche explora a epistemologia. Nietzsche comenta as construções cognitivas e a essência bruta da experiência perceptiva humana, afirmando que as verdades não passam de metáforas gastas, desprovidas do seu poder original. Argumenta que a linguagem, um artefacto humano carregado de metáforas e metonímias, obscurece a realidade em vez de a revelar, criando um mundo distorcido em que as "verdades" não passam de ilusões antropomórficas que servem para ancorar uma existência caótica. Nietzsche ilustra a forma como as normas sociais moldam a perceção e a cognição, de modo a que aquilo a que chamamos "verdade" seja mais uma questão de convenção linguística do que um verdadeiro reflexo da realidade. Este texto expõe o artifício embutido nos sistemas humanos de conhecimento, revelando a arquitetura intelectual do engano como uma necessidade evolutiva e cultural e não como uma busca de compreensão objetiva - um trabalho tanto de Epistemologia como de Fenomenologia. Este ensaio não foi publicado durante a sua vida, mas foi descoberto e publicado postumamente em 1896 pela irmã de Nietzsche, Elisabeth Förster-Nietzsche, que desempenhou um papel importante na edição e promoção das suas obras após a sua morte. Esta publicação apresentou os primeiros pensamentos de Nietzsche sobre linguagem, perceção e verdade a um público mais vasto e influenciou significativamente as modernas teorias filosóficas existenciais e pós-modernas.